Na contramão da crise, empreendedores se unem pela recuperação do Rio

"Está na hora de parar de reclamar e começar a fazer", diz uma das fundadoras do 'Juntos pelo Rio'



O fechamento do comércio, o desemprego e a redução dos investimentos no Rio não são as únicas consequências da crise no município. Na contramão da maré negativa, um grupo de empreendedores decidiu arregaçar as mangas e fundaram o movimento "Juntos pelo Rio", no final do ano passado. O objetivo é justamente apontar um caminho para estimular o surgimento de novas oportunidades de negócios e mostrar que o Rio é um bom lugar para se investir. “A gente queria fazer alguma coisa boa pelo Rio. Começamos esse movimento dizendo que as pessoas têm que parar de reclamar e começar a fazer. Nós estamos fazendo. E 2018 será um ano bom para o Rio”, afirmou Natalie Witte, uma das idealizadoras do movimento.

Natalie, que faz parte do “núcleo duro” - como ela se refere aos idealizadores do movimento - explicou que o "Juntos pelo Rio" nasceu da necessidade de trazer a cidade de volta ao foco dos investimentos empresariais, principalmente na área de tecnologia.


"Movimento surgiu com a necessidade de mudar o quadro econômico no qual o Rio se encontra"
De acordo com ela, inicialmente o grupo decidiu criar um site que agregasse notícias positivas sobre a cidade, divulgando iniciativas inovadoras na área de tecnologia. "Temos a ideia de potencializar negócios e gerar um movimento positivo pelo Rio de Janeiro”, afirmou, ressaltando que a percepção da crise faz com que as empresas não enxerguem as potencialidades da cidade.
Segundo Natalie, que é advogada com experiência em mercados digitais e tecnologia, o grupo foi idealizado por ela, Lindalia Sofia Reis, Daniel Marques e Leonardo Toco, todos empreendedores da área de tecnologia.
“O movimento começou despretensioso. Foi mais ou menos em outubro, em um evento de startups, no qual a gente percebeu que tudo estava acontecendo em São Paulo, nada no Rio. Outras pessoas manifestaram a mesma reclamação. A ideia se espalhou muito rápido e hoje temos um grupo de cerca de 200 pessoas só no Whatsapp, entre políticos, empresários e profissionais interessados em mudar o quadro no qual a cidade se encontra”, complementou.
Natalie também ressaltou que “o movimento é da sociedade civil”, e não político ou religioso. “Não é um movimento político, não é um movimento de um órgão específico. Dentro do movimento temos profissionais das áreas de educação, agronegócio, petróleo. São vários núcleos envolvidos no projeto. Temos uma veia na tecnologia, pois nós quatro trabalhamos com tecnologia. Mas tem gente até do Sebrae, da Firjan. Não são os órgãos em si que estão envolvidos, mas indivíduos dentro deles interessados em uma mudança”, disse, prosseguindo: “Queremos potencializar as redes e eventos que já existem no Rio. Queremos incentivar pessoas que já têm movimentos individuais em prol do Rio. Pessoas daqui ganham prêmios e ninguém fica nem sabendo. Queremos ser a rede das redes com esse papel de divulgação.”
Além de realizar esse papel de agregador e potencializador de eventos e iniciativas empresariais e tecnológicas no Rio, o grupo também pretende realizar o “Hackingin.Rio”, um grande “hackathon” - maratona de programação na qual hackers se reúnem por dias a fim de discutir novas ideias e desenvolver projetos de tecnologia - com o objetivo de atrair soluções tecnológicas para a cidade.
“Esse vai ser um evento próprio nosso, e realizado durante quatro dias. O Hackingin.Rio deve acontecer depois da Copa do Mundo, em julho, e contar com a participação de cerca de quatro mil pessoas”, afirmou Natalie, explicando que o evento terá dez segmentos, ou "clusters", com temas de discussão sobre desenvolvimento de iniciativas tecnológicas e empresariais nas áreas de saúde, educação, petróleo, turismo, games, entre outros.
“Vai ser um balcão lotado de gente buscando soluções tecnológicas para o Rio.” Segundo Natalie, o evento vai proporcionar a empresários e investidores a criação de um ‘networking’ - uma rede de contatos - essencial para a chegada de inovações e recursos para a cidade.
Com informações do Jornal do Brasil

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