Arte em prol do aprendizado




Para que serve o aprendizado se ele não é expressado?

por Vivian Lopes

Como se a arte já não tivesse toda sua positividade e benefícios esgotados, chega cheia de coragem ao Brasil a terapia em forma de arte. Ou como os profissionais habilitados e devidamente registrados da área gostam de chamar: A Arteterapia.

Não, não é voltado para curar síndromes, doenças. Mas sim uma – como diz o nome – terapia para melhor aproveitar e aplicar o aprendizado em geral, a partir - sempre - do sempre agradável trabalho com a arte. O cliente escolhe: pincel, lápis, papel ou a parede. Fica a critério da necessidade e do sentimento de quem se propõe a melhorar a forma de aprender e se relacionar com o mundo.

“Quando aprendemos algo, aquilo deverá ser usado em alguma determinada situação, no futuro, mas se a pessoa não consegue se expressar, abrir esse canal de comunicação com o mundo, aplicar o que aprendeu, o aprendizado pode ser perdido”, explica Luciana Haddad Ferreira, pedagoga e especialista em Arte Terapia, em Campinas-SP.

Mas os benefícios não se limitam apenas na área da educação ou para crianças. Relacionamentos e timidez podem ser superados com este tipo de trabalho, inclusive para jovens e adultos com dificuldade no aprendizado ou em relacionamento interpessoal.

São propostas já aplicadas há anos e com muita veemência em diversos países, mas só há alguns anos chegou ao Brasil. Trocando em miúdos, “É uma forma sensível de exprimir emoções e memórias. Sua prática pode contribuir para a melhora da auto-estima e a mudança de percepção da realidade, estimulando a imaginação e a criatividade”.

É esta a principal proposta do trabalho realizado pelas pedagogas Luciana Haddad Ferreira (pode chamar de Nana) e Millena Cristina Bonomi no “Ateliê Roda Viva – Educação e Expressão”, que é um grupo que busca oferecer uma alternativa competente e diferenciada de atendimento pedagógico a crianças e adolescentes, onde a criatividade e a expressividade são amplamente exploradas. É uma proposta que concilia a vivência artística com as necessidades educativas do sujeito.

“Nesta proposta, a criança utiliza diferentes recursos plásticos como uma forma diferente de linguagem, através da qual será gradativamente capaz de expressar seus sentimentos e assim percebê-los com maior clareza. Tendo essa nova compreensão sobre si mesmo, toda a realidade ao seu redor também passa a ser compreendida de maneira diferente. É um exercício que busca o viver saudável e criativo”.

A técnica tem ainda propostas audaciosas: “favorecer sua auto-estima, reduzir ansiedades e melhorar a sua qualidade de vida, respeitando o ritmo de cada um, suas diferenças e particularidades”, garantem as fundadoras do Ateliê.

Arteterapia não é Educação Artística
É importante ressaltar que a técnica se difere essencialmente, tanto em sua proposta quanto em sua compreensão, da aula de Educação Artística, “pois o objetivo é a aprendizagem artística, enquanto o objetivo da Arteterapia é a apropriação de recursos que possibilitem a expressão do sujeito. Ela diferencia-se também da terapia convencional por utilizar recursos expressivos como terapia”, explicam.

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